Delegada: Morte de Anderson do Carmo foi por disputa de poder
Delegada BĂ¡rbara Lomba, primeira a coordenar as investigações do caso, prestou depoimento ao Conselho de Ética da CĂ¢mara

A primeira delegada a coordenar as investigações do caso Flordelis, BĂ¡rbara Lomba Bueno, disse, na terça-feira (30), que acredita que a disputa de poder tenha sido a motivaĂ§Ă£o do assassinato do marido da parlamentar, o pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019, em NiterĂ³i (RJ). A deputada federal Ă© acusada pelo MinistĂ©rio PĂºblico de ser a mandante do crime.
BĂ¡rbara participou de uma videoconferĂªncia promovida pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da CĂ¢mara dos Deputados, e foi a primeira depoente no processo movido pela Mesa Diretora contra Flordelis por quebra de decoro parlamentar.
No depoimento que durou quase trĂªs horas, e que sĂ³ foi interrompido com o inĂcio da sessĂ£o no PlenĂ¡rio, a delegada detalhou a investigações do assassinato, que teria contado com o envolvimento de 11 pessoas, a maioria filhos biolĂ³gicos e adotivos de Flordelis. De acordo com a delegada, os envolvidos no crime estariam disputando o protagonismo na vida da deputada.
– A motivaĂ§Ă£o final certamente passa por poder. Provavelmente tambĂ©m dinheiro, recursos materiais. Mas poder e invasĂ£o de tudo, uma vida, por parte da vĂtima. Tudo indicava que havia jĂ¡ um substituto da vĂtima [Anderson], e a vĂtima havia percebido isso – afirmou a delegada.
BĂ¡rbara conduziu as investigações de junho de 2019 a janeiro de 2020, quando foi substituĂda pelo deputado Allan Duarte Lacerda. Durante o depoimento, a delegada respondeu perguntas do relator da representaĂ§Ă£o contra Flordelis, deputado Alexandre Leite (DEM-SP), e de Anderson Rollemberg, advogado da parlamentar.
Em sua fala, a delegada tambĂ©m indicou que a partir da anĂ¡lise de depoimentos, e de mensagens trocadas por celular entre pessoas do nĂºcleo familiar de Flordelis, os policiais e o MinistĂ©rio PĂºblico do Rio de Janeiro concluĂram que a parlamentar teria sido a mandante do crime.
– NinguĂ©m diz diretamente que teria havido uma ordem explĂcita da deputada para a execuĂ§Ă£o do crime. HĂ¡ depoimentos de que a deputada dizia que nĂ£o aguentava, que isso tinha que ser resolvido de alguma forma. Havia uma reclamaĂ§Ă£o velada, mas nĂ£o uma ordem direta – afirmou BĂ¡rbara Lomba.
Flordelis, por sua vez, tem afirmado que existe erro na conclusĂ£o das investigações e alega que nĂ£o pode ser julgada e condenada antes que todo o processo seja concluĂdo. Segundo ela, a mandante do assassinato foi sua filha Simone. O relator, Alexandre Leite, destacou que o foco do Conselho de Ética Ă© analisar a conduta de Flordelis quanto ao decoro parlamentar.
– HĂ¡ muitas testemunhas, muitos envolvidos, mas vamos nos ater Ă s condutas da deputada e fazer a conexĂ£o eventual de quem tiver participaĂ§Ă£o ou conluio ou qualquer outra forma de interaĂ§Ă£o que seja relevante – completou.
Como a reuniĂ£o de terça foi suspensa, o delegado Allan Duarte nĂ£o chegou a ser ouvido. Uma nova reuniĂ£o deverĂ¡ ser marcada, com a retomada do depoimento da delegada BĂ¡rbara Lomba. O deputado Alexandre Leite tambĂ©m apresentou uma complementaĂ§Ă£o de seu plano de trabalho, para ouvir mais testemunhas e tambĂ©m o perito Luiz Carlos Leal, do MP do Rio de Janeiro.
Fonte: Pleno News
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