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Americanas registra prejuízo de R$4,6 bilhões em 9 meses de 2023

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26 de fev. de 2024

 Americanas registra prejuízo de R$4,6 bilhões em 9 meses de 2023

Alsorsa.News
A Justiça brasileira aceitou o pedido de recuperação judicial da Americanas.| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo


Após anunciar recuperação judicial no início do ano passado, a Loja Americanas divulgou nesta segunda-feira (26) um balanço corporativo que registrou um prejuízo de R$4,61 bilhões entre janeiro e setembro de 2023.


A divulgação dos números estava suspensa desde o ano passado, quando foi detectado uma inconsistência nas contas das Americanas, no valor de R$ 20 bilhões.


Segundo o balanço da empresa, o prejuízo foi puxado por uma queda de 45,1% em sua receita líquida nos nove primeiros meses de 2023 em relação ao mesmo período de 2022. Somente nos três trimestres do ano passado, foi apontado uma dívida estimada em R$ 50 bilhões. enquanto a receita da empresa era de R$ 10,293 bilhões.


Um dos motivos para a baixa na receita foi a forte diminuição nas vendas realizadas pelos canais digitais da companhia: uma queda de 77,1% entre janeiro e setembro de 2023 em comparação com os mesmos meses de 2022.


O pedido de recuperação judicial das Americanas foi anunciado no dia 19 de janeiro de 2023. No mesmo dia, o juiz Paulo Assed Estefan, da 4ª Vara Empresarial do Rio, aceitou o pedido e determinou que a empresa apresentasse em 48 horas a lista completa de credores e a discriminação do passivo.


O grupo pediu recuperação judicial após anunciar dívidas que somam R$ 43 bilhões com cerca de 16,3 mil credores. Além disso, a empresa afirmou que tinha R$ 800 milhões em caixa.


Na tentativa de apurar a dívida bilionária da empresa, foi instalada na Câmara dos Deputados, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Americanas. Porém, os trabalhos da CPI foram encerrados em setembro do ano passado sem indiciar os possíveis culpados pela fraude de R$ 20 bilhões na varejista.  O relatório final foi aprovado por 18 votos contra 8 contrários.


No relatório final da CPI, o relator sugeriu quatro projetos de lei para combater crimes na gestão de empresas e aprimorar a fiscalização do mercado de capitais. Em uma das propostas, é criado o crime de infidelidade patrimonial com pena de reclusão de um a cinco anos, além de multa, para quem causar dano ao patrimônio de terceiros sob sua responsabilidade.


*Gazeta do Povo 

Como a Americanas usava ações promocionais para fraudar o balanço — segundo a própria empresa

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14 de jun. de 2023

Em documento publicado nesta manhã, a empresa divulgou que demitiu cinco diretores e que um relatório preliminar apontou que as demonstrações financeiras vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior

Alsorsa.News
Americanas: nesta terça-feira entrou em cena outro instrumento conhecido do setor: verba de propaganda cooperada (VPC) (Leandro Fonseca/Exame)


O passar do tempo está deixando mais claros os caminhos do rombo bilionário identificado no balanço da Americanas (AMER3), segundo apurações contratadas pela própria empresa e divulgadas em relatório nesta terça-feira. Até então a explicação para o rombo girava em torno do risco sacado, termo que era pouco conhecido para quem é de fora do varejo e que praticamente entrou no vocabulário popular desde janeiro deste ano.


Nesta terça-feira entrou em cena outro instrumento conhecido do setor: verba de propaganda cooperada (VPC). E a VPC é ainda mais relevante do que o risco sacado do ponto de vista das investigações, segundo apontou a Americanas.


Em documento publicado nesta manhã, a empresa divulgou que demitiu cinco diretores e que um relatório preliminar apontou que as demonstrações financeiras vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior. As investigações preliminares indicam a participação do ex-CEO Miguel Gutierrez, dos ex-diretores Anna Christina Ramos Saicali, José Timótheo de Barros e Márcio Cruz Meirelles, e dos ex-executivos Fábio da Silva Abrate, Flávia Carneiro e Marcelo da Silva Nunes . “O conselho de administração orientou a companhia e os assessores a apresentar o relatório a todas as autoridades competentes e avaliar as medidas visando ao ressarcimento dos danos causados pela fraude em suas demonstrações financeiras", diz o fato relevante.


O relatório foi produzido por uma equipe de assessores jurídicos à parte do comitê independente formado no fim de janeiro. Os achados preliminares do comitê — composto por Otávio Yazbek, Vanessa Lopes, o escritório Maeda, Ayres & Sarubbi e da empresa de auditoria EY — serviram como base para o relatório e as conclusões dos assessores jurídicos da Americanas.


Foi o comitê independente quem primeiro apontou os problemas quanto aos registros de VPC. O trabalho do grupo independente, no entanto, ainda não está concluído e ainda não há sinalização de que um prazo final se aproxime. Pessoas próximas à investigação do comitê afirmam que as linhas de investigação ainda podem indicar novas fraudes e ainda devem seguir pela linha de identificação de responsabilidades. O entendimento é de que a divulgação de hoje da empresa vem como resposta para a CPI na Câmara de Deputados também coloca mais pressão sobre o comitê do ponto de vista de velocidade para os resultados.


Por que os registros de VPC são o ponto crucial da fraude?

Verba de propaganda cooperada é um instrumento comum no varejo. Quando a varejista, como a Americanas, anuncia um forno ou uma geladeira de uma marca em seu anúncio na televisão, por exemplo, ela está prestando um serviço de publicidade para o fabricante.


Segundo as investigações e os achados preliminares do comitê, a antiga diretoria da Americanas lançava registros de VPC de ações de marketing que nunca foram realizadas. Ou seja, reduzia substancialmente a conta de fornecedores com lançamentos inflados de VPC. Esses lançamentos, feitos durante um “significativo período”, atingiram, em números preliminares e não auditados, R$ 21,7 bilhões em 30 de setembro de 2022. Contrapartidas contábeis desses contratos foram lançadas como redutores da conta de fornecedores, num valor de R$ 17,7 bilhões (números ainda não auditados). A diferença de R$ 4 bilhões teve como contrapartidas lançamentos contábeis em outras contas do ativo da Americanas.


Executivos do setor ouvidos pela EXAME Invest explicam que essa verba costuma custear em parte ou totalmente a campanha. Esse valor é lançado como redução de despesa ou, mais comumente, lançado como receita no lucro bruto. Mas não deve ser lançada como redução da conta de fornecedores. O xis da questão é que essas verbas não chegam a 4% da receita de uma varejista. Por isso, se lançado no contas a receber esse valor chamaria muita atenção, explica um executivo do setor varejista. Ou seja, no passivo de fornecedores, esse valor ficava mais “escondido”.


Somado a isso, para gerar o caixa necessário para a continuidade das operações, a ex-diretoria contratou uma série de financiamentos com bancos dos quais a companhia é devedora — isso, sem as devidas aprovações societárias, segundo a Americanas divulgou em documento desta terça-feira. É aí que entra o risco sacado.


Todas essas linhas de financiamento foram contabilizadas de forma inadequada, segundo o documento, no balanço de 30 de setembro de 2022 na conta de fornecedores, da seguinte forma: operações de financiamento de compras (risco sacado, forfait ou confirming) de R$ 18,4 bilhões e operações de financiamento de capital de giro de R$ 2,2 bilhões.


Essa manobra, explica o documento, não permitiu a correta determinação do grau de endividamento da companhia ao longo do tempo. Também foram identificados lançamentos redutores da conta de fornecedores oriundos de juros sobre operações financeiras, que deveriam ter transitado pelo resultado da companhia, na linha do custo de dívida. Esses lançamentos totalizaram R$ 3,6 bilhões de acordo com os números preliminares.


*Exame

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