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Planeta está aquecendo mais rápido que o esperado, revela estudo

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2 de nov. de 2023

Pesquisa foi liderada pelo cientista James Hansen, responsável por alertar o mundo sobre o aquecimento global pela primeira vez, na década de 1980

Alsorsa.News
Artigo foi publicado na revista Oxford Open Climate Change | Banco de imagens/Pexels/Simon Berger


O planeta está perto de aquecer a um ritmo muito mais rápido do que os cientistas previram anteriormente, de acordo com um novo estudo do cientista americano James Hansen. Isso significa que um limiar-chave de aquecimento global poderá ser ultrapassado ainda nesta década.


Hansen é tido como o responsável por alertar o mundo publicamente sobre o aquecimento global pela primeira vez, na década de 1980.


No artigo, publicado nesta quinta-feira (2) na revista Oxford Open Climate Change, Hansen e outros cientistas usaram uma combinação de dados paleoclimáticos — incluindo informações de núcleos de gelo polares, anéis de árvores, modelos climáticos e dados observacionais — para concluir que a Terra é muito mais sensível do que se pensava às alterações climáticas.


Estamos na fase inicial de uma emergência climática”, diz a pesquisa, que alerta para uma onda de calor “já em preparação” que empurrará rapidamente as temperaturas globais para acima do previsto.


Esse movimento resultará num aquecimento de 1,5ºC superior aos níveis pré-industriais, na década de 2020, e acima de 2ºC antes de 2050.


As descobertas somam-se a uma série de pesquisas recentes que concluem que o mundo está se aproximando dos 1,5ºC, um limite além dos impactos das mudanças climáticas – incluindo o calor extremo, a seca e as inundações – que se tornarão significativamente mais difíceis de se adaptarem aos seres humanos.


“O limite de 1,5ºC é mais mortal do que um prego”, afirmou Hansen em coletiva de imprensa. “E o limite de 2ºC só pode ser resgatado com a ajuda de ações intencionais”, acrescentou.


Alguns outros cientistas, no entanto, têm dúvidas sobre as conclusões do estudo.


Hansen, diretor do Earth Institute da Universidade de Columbia, é um renomado cientista climático, cujo depoimento em 1988 no Senado dos EUA chamou pela primeira vez a atenção global para as mudanças climáticas.


Ele já havia alertado anteriormente que a Terra possui um desequilíbrio energético, já que ela recebe mais energia por meio da luz solar do que sai, através do calor que irradia para o espaço.


O excesso de calor resultante é equivalente a 400 mil bombas atômicas de Hiroshima por dia, sendo a maior parte da energia absorvida pelo oceano, descobriu a investigação de Hansen há uma década.


Neste artigo recente, Hansen e os seus co-autores afirmam que esse desequilíbrio energético aumentou, em parte devido aos esforços bem sucedidos para combater a poluição atmosférica por partículas, especialmente na China, e por meio de restrições globais à poluição marítima.


Embora este tipo de poluição seja um grave perigo para a saúde, também tem um efeito “refrescante”, uma vez que as partículas refletem a luz solar para longe da Terra.


Esse desequilíbrio deve causar um aquecimento global acelerado, trazendo consequências desastrosas, segundo o documento, incluindo a rápida subida do nível do mar e o potencial encerramento de correntes oceânicas vitais ainda neste século.


Hansen disse estar particularmente preocupado com o derretimento da camada de gelo da Antártida e especialmente com o glaciar Thwaites, que funciona como uma “rolha” que retém o gelo em terra e proporciona uma defesa importante contra a subida do nível do mar.


Mas o aquecimento não está necessariamente bloqueado, segundo o jornal.


As medidas recomendadas pela publicação incluem a tributação da poluição por carbono, o aumento da energia nuclear para “complementar energias renováveis” e uma forte ação dos países desenvolvidos para ajudar os países em desenvolvimento a transitarem para energias de baixo carbono.


Embora a maior prioridade seja reduzir drasticamente a poluição que provoca o aquecimento do planeta, isto por si só não será suficiente, concluiu o relatório.


“Se quisermos manter o nível do mar próximo de onde está, na verdade teremos que resfriar o planeta”, disse Hansen.


Uma maneira de fazer isso, sugere o relatório, é a geoengenharia solar. Esta tecnologia controversa visa esfriar a temperatura terrestre refletindo a luz solar para longe da Terra, ou permitindo que mais calor escape para o espaço.


Isso pode ser feito através da injeção de aerossóis na atmosfera ou da pulverização de nuvens com partículas de sal para torná-las mais refletivas, por exemplo.


Os críticos alertam para consequências imprevistas, incluindo impactos nas chuvas e monções, bem como “choque final”, se a geoengenharia for interrompida repentinamente e o aquecimento reprimido for liberado.


Mas Hansen disse que isso deveria ser considerado. 

“Em vez de descrever esses esforços como ‘geoengenharia ameaçadora’, temos de reconhecer que estamos ‘geoengenhariando’ o planeta neste momento, ao queimar grandes quantidades de combustíveis fósseis que aquecem o planeta” disse ele.


As conclusões do artigo são alarmantes e ocorrem num momento em que o mundo passa por uma onda de calor sem precedentes. Este ano deve ser o mais quente já registrado, com todos os meses a partir de junho quebrando recordes de temperatura global.


Mas embora a ciência esteja certa de que a taxa de aquecimento global está aumentando, mas a ideia de que ela está avançando para além do que os modelos prevêem é controversa.


As descobertas “estão muito fora do comum”, disse Michael Mann, um importante cientista climático da Universidade da Pensilvânia.


Embora a superfície da Terra e os seus oceanos estejam aquecendo, os dados não suportam as alegações de que a taxa esteja acelerando, disse ele à CNN.


Como gosto de dizer, a verdade já é ruim o suficiente” Mann disse. “Não há evidências de que os modelos estejam subestimando o aquecimento causado pelo homem”, acrescentou.


Ele também levantou dúvidas sobre o papel da redução da poluição nas tendências de aquecimento, dizendo que o impacto total é muito pequeno, e alertou que a geoengenharia solar é “sem precedentes” e “potencialmente muito perigosa”.


“Se a meta de 1,5ºC é ou não alcançável é uma questão de política, e não de física climática, neste momento”, disse Mann.


Mas Hansen rejeitou as críticas à pesquisa, dizendo que ela se baseia em números concretos e em física simples.


Isto não é marginal, esta é a física correta e é o mundo real”, disse ele, “e às vezes leva um tempo para a comunidade entender”.


Veja também: São Paulo terá cidade sustentável para 30 mil pessoas

*CNN 

Onda de calor pode fazer temperatura bater novos recordes no Brasil

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20 de set. de 2023

Centro-Oeste é a região que deve ser mais afetada, conforme alerta do Instituto Nacional de Meteorologia

Alsorsa.News

Imagem: Guenter Albers (Shutterstock)

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta para a chegada de uma onda de calor em praticamente todo o Brasil ao longo desta semana. O Centro-Oeste é a região que deve ser mais afetada.


O aviso meteorológico especial de nível laranja, que indica perigo, foi emitido na segunda-feira (18), sendo válido até sexta-feira (22).


“Situação perigosa”

Na classificação, o alerta significa “situação meteorológica perigosa” e é emitido quando as temperaturas ficam acima da média histórica (climatologia) para a região por períodos de três a cinco dias consecutivos.


Na última semana do inverno, uma onda excepcional de calor vai se alastrar por inúmeros estados no Brasil. Segundo previsão do Inmet, os termômetros devem se aproximar dos 40ºC e, em algumas regiões, é possível que a temperatura chegue até os 45ºC.


A massa de ar quente ficará concentrada entre o Paraguai e o Centro-Oeste brasileiro. Por isso, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul registrarão as maiores temperaturas no período. A estimativa é de que os termômetros marquem de 40°C a 45°C nas regiões. Isso porque a atuação de um bloqueio atmosférico impedirá a chegada de frentes frias nos próximos dias, comuns para o período.


O instituto também prevê tempo quente e seco em praticamente toda a semana no Centro-Oeste. Segundo previsão do ClimaTempo, nos próximos 15 dias, Brasília deve permanecer com o tempo seco, com algumas chuvas isoladas.


As temperaturas podem variar entre 19°C e 31°C, com umidade do ar variando de 26% até 57%.


Por que está tão quente?

As ondas de calor são provocadas quando um sistema de alta pressão atmosférica se instala em uma determinada região e impede a circulação de uma massa de ar quente, que fica ali, parada.


O ar aprisionado, porém, continua sendo aquecido, o que provoca o aumento anormal das temperaturas nas áreas afetadas. No meio urbano, as temperaturas são ainda maiores.


Quase 45ºC

A temperatura mais alta registrada oficialmente até hoje no Brasil foi de 44,8°C em Nova Maringá, Mato Grosso, em 4 e 5 de novembro de 2020, superando o recorde também oficial de Bom Jesus, no Piauí, de 2005, de 44,7°C.


A onda de calor extremo desta semana deve trazer novos recordes, segundo meteorologistas do MetSul. A cidade de São Paulo é um exemplo.


“Serão muitos dias de calor intenso a extremo no estado de São Paulo. Em alguns, a temperatura ficará perto ou acima de 40ºC no interior e na capital há chance de marcas tão altas quanto 37ºC a 39ºC. Assim, não se pode descartar que a cidade de São Paulo e outras cidades paulistas tenham recordes históricos de máximas não apenas para setembro como absolutos para toda a série histórica”, diz comunicado da MetSul.


O dia mais quente já registrado na cidade de São Paulo em um mês de setembro, desde o começo do levantamento de dados, em 1943, foi de 37,1ºC, em 30 de setembro de 2020.


Outros dias de calor muito intenso na série da estação do Mirante de Santana, estação do Inmet na zona norte da cidade, incluem os registros de 37ºC em 20 de janeiro de 1999, 36,7ºC em 19 de janeiro de 1999 e também 36,7ºC em 21 de janeiro de 1999.


Orientações

A chegada da onda de calor e baixas umidades exigem da população cuidados com a saúde. A Defesa Civil do Distrito Federal listou uma série de situações que podem ajudar: ingerir bastante líquido, usar protetor solar, evitar fazer exercício físico entre 10h e 16h. Crianças e idosos devem ter atenção redobrada.


O choque de calor é outro risco. É causada pelo superaquecimento do corpo, geralmente como resultado de exposição prolongada ou esforço físico em altas temperaturas. As consequências são insolação e requer tratamento de emergência.


“A insolação grave ou choque de calor não tratados pode danificar rapidamente o cérebro, o coração, os rins e os músculos. O dano piora à medida que o tratamento é adiado, aumentando o risco de complicações graves ou morte”, orienta a Defesa Civil.


*CNN Brasil 

Clima no mundo vai mudar completamente nos próximos anos

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12 de mai. de 2023

As zonas climáticas estão sofrendo alterações profundas nos últimos anos. Estudo indica que a situação deve se intensificar cada vez mais

Imagem: 3dmotus/Shutterstock


As mudanças climáticas têm se mostrado cada vez mais evidentes com ondas de calor extremas, secas, tempestades e inundações. Agora, com um novo estudo, pesquisadores apontam que até 2100 quase metade do planeta entrará em novas zonas climáticas.


A pesquisa recentemente publicada na revista Earth’s Future simulou como mudanças na temperatura e na precipitação podem modificar o clima de determinadas regiões, a ponto de se tornarem completamente diferentes de como eram em observações feitas na década de 1880, quando os primeiros mapas climáticos foram produzidos.


A equipe de pesquisadores liderada pelo cientista climático George Mason apontou que cerca de 38% a 40% do território terrestre global poderá estar em uma zona climática diferente até o final do século. Se forem usados modelos climáticos mais sensíveis às mudanças climáticas e ao aquecimento global, essa porcentagem pode subir para 50%. 


Para projetar as mudanças, os pesquisadores utilizaram modelos climáticos que se baseiam nas cinco zonas climáticas sugeridas por Köppen-Geiger e que levam em consideração temperatura, precipitação e estações do ano, são elas: tropical, árida, temperada, continental e polar.


Mudanças nas zonas climáticas

Com base nas projeções, eles estimam que os climas tropicais aumentem de 23% para 25% da área terrestre global, e a zonas áridas aumentaram de 31% para 34%, o que pode afetar o sistema de produção de alimentos e levar zoonoses como a dengue para novas áreas.


As principais mudanças aconteceram principalmente na América do Norte e Europa, onde 66% e 89% dos seus territórios respectivamente podem passar para zonas climáticas diferentes. Em outras regiões como na África, as temperaturas aumentarão e a ocorrência de eventos climáticos se tornará mais frequente, mas apenas dentro do limite das zonas atuais.


Essas mudanças já são percebidas em alguns locais, mas as regiões de clima polar já são drasticamente afetadas, elas representavam 8% do território global entre 1901 e 1930, atualmente ela acontece em apenas 6,5%.


Desde o início do século 20, a Terra já experimentou 14,77% de sua área terrestre mudando sua classificação climática, com as mudanças mais extensas observadas na América do Norte, Europa e Oceania

Trecho do artigo


O alerta que fica é que para essas mudanças serem amenizadas é necessária a redução de emissões de carbono, a fim de desacelerar o aquecimento global.


*Olhar Digital 

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