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O que são microplásticos, de onde vêm e para onde vão?

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11 de ago. de 2023

Microplásticos são pequenas partículas sólidas de materiais baseados em polímero (ou seja, plásticos) com menos de cinco milímetros de diâmetro. Além de levar milhares, ou até milhões de anos para se decompor, elas estão espalhadas por todo o planeta, inclusive na própria água potável.

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Florida Sea Grant

O que são os microplásticos?

Existem duas categorias de microplásticos: primários e secundários. Os primários são partículas projetadas para uso comercial, ou seja, produtos como cosméticos, microfibras de tecidos e redes de pesca. Já os secundários resultam da quebra de itens plásticos maiores, como canudos e garrafas de água.


Essa quebra é causada pela exposição à radiação solar e as ondas do mar, entre outros fatores do meio ambiente. Em grande parte, tempestades, escoamento de água e ventos carregam plástico para nossos oceanos. Os produtos plásticos feitos para serem utilizados apenas uma vez são considerados a principal fonte de microplásticos secundários.


Microplásticos representam algum perigo?

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Microplásticos são pequenos pedaços de materiais baseados em polímeros (Imagem: Microgen/Envato Elements)

Os microplásticos já foram detectados em inúmeras espécies de vida marinha, do plâncton a baleias, mas o problema não afeta apenas esses organismos — os plásticos já foram encontrados em frutos do mar comerciais e em água potável. Instalações padrão de tratamento de água não podem remover todos os vestígios de microplásticos.


Além disso, as partículas de polímero no oceano podem se ligar a outros produtos químicos nocivos antes de serem ingeridos por organismos marinhos. Ainda não se sabe muito sobre a extensão do problema, e o quão prejudicial essas partículas podem ser.


Para descobrir quais podem ser as consequências para a vida, os cientistas começaram a realizar experimentos em laboratórios antes mesmo de saberem que tipos de microplásticos existem em ambientes aquáticos. Por isso, eles dependiam muito de materiais como esferas de poliestireno, o que limitava o escopo do estudo.


Ao mudar para condições mais realistas e usar fibras ou fragmentos de plástico, os pesquisadores puderam ver o que provavelmente acontece nos rios e oceanos. Além disso, eles revestiram os microplásticos com materiais que imitam biofilmes (conjuntos de micro-organismos emaranhados em uma matriz de polímero orgânico, formados pela deposição e aderência de microrganismos em uma superfície de contato).

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Microplásticos podem vir de diferentes fontes e apresentar vários formatos (Imagem: Reprodução/Chesapeake Bay Program)

Com esse revestimento, os animais ficam mais propensos a comer as fibras de microplásticos, o que acabou revelando outro problema: as fibras demoram mais para passar pelos plânctons do que as esferas. Elas não são ingeridas, mas interferiam na natação e causam deformações no corpo dos organismos.


Quando os plânctons ficam expostos a fibras microplásticas, eles produzem metade do número normal de larvas, e os adultos resultantes são menores. Outros estudos descobriram que os caranguejos-toupeira-do-pacífico expostos a fibras tinham vidas mais curtas.


No início deste ano, foi detectada pela primeira vez a presença de microplásticos no sangue humano. Não só isso, mas os cientistas encontraram as partículas em quase 80% das pessoas testadas. Elas podem viajar pelo corpo e se alojar em órgãos, mas ainda não se sabe ao certo o impacto na saúde.


Mesmo sem saber exatamente os riscos para seres humanos, os pesquisadores estão preocupados porque os microplásticos causam danos às células humanas testadas em laboratório. Também já foram identificadas partículas em placenta humana e recém-nascidos e um estudo mais recente mostrou que o microplástico pode chegar ao cérebro dos fetos.


O futuro dos microplásticos no mundo

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Ainda não há conhecimento sobre os riscos à saúde humana (Imagem: Reprodução/Oregon State University)

Ainda não parece haver microplásticos o suficiente para afetar seriamente a saúde humana, mas esse quadro pode mudar, e rápido. Em setembro de 2020, pesquisadores projetaram que a quantidade de plástico adicionada ao lixo existente a cada ano poderia mais que dobrar, indo de 188 milhões de toneladas (2016) para 380 milhões de toneladas (em 2040).


De acordo com a pesquisa, cerca de 10 milhões de toneladas desse lixo poderiam estar na forma de microplásticos, sem contar as partículas continuamente erodidas dos resíduos já existentes. A boa notícia é haver soluções comprovadas para reduzir a poluição plástica. A má notícia é que elas devem ser ampliadas o mais rápido possível.


Entre essas soluções, os cientistas como Winnie Lau, do Pew Charitable Trusts, em Washington, citam a mudança para sistemas de reutilização dos produtos plásticos, adoção de materiais alternativos e reciclagem. Com isso, a quantidade prevista de resíduos plásticos para 2040 poderia reduzir drasticamente.


Fonte: Nature, National Geographic, The Guardian, Canaltech 

Microplásticos são encontrados no coração humano pela primeira vez

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Em estudo publicado na revista Environmental Science & Technology, pesquisadores descreveram a descoberta de microplásticos no coração. É a primeira vez que a comunidade científica se depara com esse cenário. Para chegar a isso, os pesquisadores coletaram amostras de 15 pacientes submetidos a cirurgia cardíaca.

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A equipe analisou as amostras com imagens infravermelhas diretas a laser e identificou partículas de 20 a 500 micrômetros de largura feitas de oito tipos de plástico.


O estudo não apenas indicou que alguns desses plásticos foram introduzidos durante a própria cirurgia, como também destacou evidências de que os plásticos foram incorporados aos tecidos antes que os pacientes fossem colocados na mesa de operações.


Na prática, o grupo identificou partículas microscópicas de poli(metacrilato de metila), tereftalato de polietileno (utilizado em roupas e recipientes para alimentos) e cloreto de polivinila (difundido na construção civil).


Microplásticos no coração humano

Embora o estudo tenha um pequeno número de participantes, os pesquisadores dizem ter fornecido evidências preliminares de que vários microplásticos podem se acumular e persistir no coração e em seus tecidos mais internos.


Os pesquisadores acrescentam que as descobertas mostram como os procedimentos médicos invasivos proporcionam exposição aos microplásticos, fornecendo acesso direto à corrente sanguínea e aos tecidos internos.


Em comunicado, a equipe afirma que mais estudos são necessários para entender completamente os efeitos dos microplásticos no sistema cardiovascular de uma pessoa e seu prognóstico após uma cirurgia cardíaca.


Por que microplásticos preocupam?

O que são microplásticos? Basicamente, temos duas categorias: os primários partículas projetadas para uso comercial (cosméticos, microfibras de tecidos e redes de pesca) e secundários, que resultam da quebra de itens plásticos maiores, como canudos e garrafas de água.

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Microplásticos são encontrados pela primeira vez no coração humano (Imagem: Microgen/Envato Elements).


Os microplásticos são uma grande preocupação da ciência por conta do impacto ambiental, e também porque podem fazer mal à saúde. Para se ter noção, microplásticos podem ser encontrados até na água acumulada em plantas.

Fonte: Environmental Science & Technology, ACS/ Canaltech 

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